segunda-feira, 15 de setembro de 2008

AutoGestão

Ainda não tive tempo para ler completamente o texto, mas me pareceu importante postar esse trabalho, ele fala sobre a autogestão implantada em cooperativas... Muito interessante... VIVA A CLASSE OBRERA!!!!
Boa leitura...

http://www.aset.org.ar/congresos/7/12035.pdf

As anarquias...

Eu começo esse texto com um pouco de amargura...
A muitos anos me deparo com colocações diferentes sobre o que é a anarquia, anarco isso ou aquilo, divergentes formas de pensamento que reivindicam o mesmo nome sem que essas concepções entrem em algum tipo de entendimento sobre o que realmente seria a anarquia. A concepção Bakunista da palavra por muitos chega a ser execrada, coisa que me espanta já que ele teria dado inicio a um longo processo de teorização de uma organização social anarquista. Em lugar do projeto desenvolvido por ele começou então novas concepções anarquistas que acreditam que esse projeto está em constante construção e embora algumas teorias agregadas ao mesmo me pareçam realmente interessantes. Essa visão, que sinceramente considero imatura, de ver a anarquia tem deixado a mesma como uma fórmula que nunca deixa de ser reinventada,(quando na verdade deveria apenas ser incrementada)criando assim divisões tolas, irritantes brigas de ego e confussionismo. A luta de classes antes base para as reivindicações ácratas é vista por muitos como algo repugnante, fala-se de teorias anti-trabalho, e exclusão de grupos anarcosindicalistas ou socialmente ativos. Muito embora saibamos que as revoluções que buscamos comecem ainda dentro do individuo, sabemos também que uma revolução não exteriorizada acaba em si mesma, não mudando os papéis que tem se mantido por milênios de exploração das classes menos favorecidas. Falam dos incriveis "poderes" dos vicíos pequenos burgueses, mas ao mesmo tempo não conseguem ao menos definir que vicios são esses, pois a cada novo livro ou relato lançado um novo padrão ético-libertário se estabelece, novas formas de falar, novos lugares aonde ir e novos grupos de pessoas "autorizadas" a se envolver com os mesmos. Ao fim das contas, uma forma excludente e oclofóbica (medo ou raiva de tudo que se relacione as práticas dos pobres) tem embarreirado claramente qualquer tentativa de mobilização efetivamente anarquista.
Os poucos grupos atuais no Brasil que tentam ainda levantar a bandeira do chamado anarquismo organizado encontram a todo o tempo pessoas que com certa malicia, desvirtuam a anarquia com argumentos muitas vezes afloreados e poucas vezes lógico, ficando então um discurso vazio, que poucas vezes, por mais praticavel que seja, não constitui para os exluídos uma alternativa real ao capitalismo.
Gostaria que as pessoas entendessem que nos dias de hoje a oclofobia é um dos maiores e mais utilizados pré-conceitos existentes, não importando raça, cor, credo ou orientação sexual, todos aqueles que tem uma situação de vida financeiramente abastarda encontram seus meios e esses meios que em muitas vezes abarcam diverssos dos que seriam socialmente exluídos, por sua vez exluem de seus meios aqueles que não lhe são convenientes. Bares,boates, festas, shows, eventos e outros lugares de socialização de homosexuais, feministas, negros e outros são encontrados aos montes, assim como em muitas vezes de forma benéfica ações muito interessantes em prol do direito dos mesmos, mas infelismente essa acaba sendo uma realidade mais voltada ainda para um público de maior poder aquisitivo, com pouca ou nenhuma atuação dentro das periferias, favelas e semelhantes. A própria definição de busguesia começou a ter significados diferentes nos dias de hoje, apesar dos atos da mesma continuarem iguais, pessoas de familias ricas, estudam melhor, comem melhor e logicamente se destacam mais com o diferencial de que nos dias de hoje cobra-se que aqueles que não tem dinheiro se esforcem dupla ou triplamente para alcançar os patamares exigidos pela sociedade, enfrentando ainda pré-conceitos, pelo lugar onde moram, as ropas que vestem, a cor da pele, e todos os fatores geradores de pré-conceitos já conhecidos, enquanto isso boa parte das ações libertárias não se concentram em procurar ajudar a esses desvalidos. O que acredito que precisamos no momento é repensar estratégias de luta, procurar formas que possam realmente trazer forças modificadoras, mas com coêrencias, procurando os fims quando aplicarmos os meios, ao invés de pensarmos que os meios são os fims em si, tentar fortalecer os grupos que procuram ainda a anarquia bakunista, a luta pelo trabalhador (não a defesa do patronato como muitos incoêrentemente acusam) a procurar uma proposta séria se quisermos realmente manter um pesamento assim como uma prática anarquista.
Não obstante, procurar entender que o povo não precisa de pregadores da aceitação da miséria humana, isso serve apenas aos interesses dos poderosos e em longo prazo apenas ajuda a manter as engrenagens do sistema em perfeito funcionamento.
Podemos perceber que o Bra$il, assim como outros países da America Latina e do restante do mundo não são pobres realmente, e sim que tem uma riquesa imensa, porém mal distribuida, convoco a aqueles que acreditam que isso possa mudar a pensar e também a agir em prol dessa distribuição, bem como organizar uma proposta pláusivel de libertação, onde sejam respeitadas idéias diferentes sim, mas que sejam também levado em consideração o que realmente pode mudar os rumos dos problemas sociais, não para apenas convencer o povo, mas sim para que seja aplicável.
Tudo o que pode ser qualquer coisa, pode também ser coisa nenhuma.